Archive for junho \30\UTC 2009

h1

junho 30, 2009

.

.

.

‘o vento gosta é de cantar: quem faz uma letra para a canção do vento?’
.

.

.

.

.

.

.

.

.

mario quintana

h1

junho 30, 2009

..

.

.

Ela contou do meu olhar, disse que era provocante em alguns momentos, e aconhegante em outros. Eu estava naquele momento estranho, numa rotina contra a mediocridade dos dias. A repetição não é o problema em si. Andar é uma repetição de passos. A questão é: para onde esses passos estão te levando? Eu não soube lidar com seu charme.
A verdade é que minha vida poderia mudar completamente apenas com um punhado daquele encanto, com algumas noites compartilhadas daquela paixão que se anunciara. Mas para mudar a vida dela de alguma forma, eu precisaria doar muito mais. Muito mais dedicação, cuidado, muito mais de mim.Nesse momento lembrei de uma frase que recebi num bar em Montreal. Nunca tive certeza se concordava. Traduzi aqui.

“Um homem pode se transformar com um acorde. A mulher precisa da melodia completa.”

Eu me apaixono até com o silêncio.

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

vitor freire

h1

junho 30, 2009

..

.

.

“Amando noites afora
Fazendo a cama sobre os jornais
Um pouco jogados fora
Um pouco sábios demais
Esparramados no mundo
Molhamos o mundo com delícias
As nossas peles retintas
De notícias”
.

.

.

.

.

.

.

.

chico buarque

h1

junho 30, 2009

.

5435

.

h1

junho 30, 2009

.

.

.

.

” meu coração, não sei por que. . .”

.

.

.

.

.

h1

junho 30, 2009

..

.

.

.

Quero bastar-te, suprir-te, fornir-te, preencher-te.  Quero que em mim tu te procures e te encontres, ou te percas definitivamente, mas quero que teu percurso, teu trajeto e teu paradeiro de mim façam parte.

Quero amparar-te, apoiar-te, erguer-te, levantar-te e deitar-te a meu lado quando o chão for o lugar de encontrar-te. Quero obedecer-te, guiar-te, ouvir-te, aconselhar-te e calar tua boca sobre a minha quando o silêncio for o som de escutar-te.

Quero semear-te, colher-te, arar-te, chover-te, banhar-te e beber-te sofregamente quando teus líquidos forem o meio de absorver-te. Quero emprenhar-te, fecundar-te, fertilizar-te e ter em mim uma outra vida tua quando em outro for se fazer a vida de viver-te.

Quero morrer-te, ressucitar-te, desfalecer-te e renomear-te quanto teu nome for o meu nome de reinventar-te. Quero refundar-te, renascer-te e reamar-te quando o teu amor for o meu amor de recomeçar-te.

.

.

.

.

.

.

.

ticcia

h1

junho 30, 2009

..

.

.

.

não é mentira
é outra
a dor que dói
em mim
é um projeto
de passeio
em círculo
um malogro
do objeto
em foco
a intensidade
de luz
de tarde
no jardim
é outra
outra a dor que dói
.

.

.

.

.

.

.

.

.
ana cristina césar

h1

junho 30, 2009

..

.

.

.

ninguém me canta
como você
ninguém me encanta
como você
nem me vê
do jeito
que só você
de que adianta
ter olhos
e não saber ver
ter voz
mas não ter o que dizer
digam o que disserem
façam o que quiserem
ninguém diz
ninguém vê
ninguém faz
como você
ninguém me canta
ninguém me encanta
como você

.

.

.

.

.

.

.

.

 

alice ruiz

h1

junho 30, 2009

,.

.

.

.

dedos quietos que crescem
pele nua
brincadeiras como o amor
pêndulo solto de sonhos
lógicas sacudidas
olhar de só-assim
modos de chegar como sementes
manobras de artesão contra o ego
desafio do «eu»
nudez de pele
de mãos
e (sob os teus olhos)
invenção de um sólido espanador de tristezas.
.

.

.

.

.

.

.

.
ondjaki

h1

junho 29, 2009

.

.

.

.

preciso tanto aproveitar você.

.

;

.

.

h1

junho 29, 2009

..

.4456

 

.

.

h1

junho 29, 2009

,.

.

.

a mão

Ela chega de mansinho
Deslizando pela pele
Como quem não quer nada
O lascivo disfarçado de carinho
A luxúria muito bem fantasiada
E de repente:
Ela desperta
E me aperta
E me apalpa
E me liberta
Ainda tento resistir
Mas a mão me domina
E me enlouquece
E me alucina
Sinto-me indefesa
Encurralada feito uma presa
O seu toque é tão envolvente…
O desejo mais secreto
Do meu corpo tão carente
Ela percorre meus pêlos
Provocando arrepios por onde passa
E me abusa
E me lambuza
E me devassa
Percorre cada fresta
Penetra no meu sexo
Faz a festa!

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

 

.

 

m. consuello

h1

junho 29, 2009

 

.

.

.

pas dès deux

Elas dançam com borboletas nos pés
Se equilibram nas pontas do vazio
E mergulham no além das verticais
Como se o mundo fosse um precipício
Onde as sapatilhas buscam asas no vácuo.
Elas costuram mentiras
E riscam romances na gruta da morte.
São doidas…
São vagas…
Musselines vestidas de carne
Laços diáfanos
Que costuram os olhos
E suspendem os suspiros em tule.
São fenomenologias anárquicas
Mulheres sem véus
Moças selvagens que brincam de princesas
E… escondem punhais.
São garotas de rua
Fingindo que o tempo
Se esconde atrás da lua.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

marcia frazão

h1

junho 29, 2009

.

.

.

.

falar de mim é fácil… difícil é ser eu.

.

.

.

.

 

h1

junho 29, 2009

7676

h1

junho 28, 2009

.

.

.

.

.

.

eu sempre soube que as suas imperfeições eram perfeitas para mim.

.

.

.

.

.

.

h1

junho 27, 2009

 .

.

.

Valsinha

DE VINÍCIUS DE MORAES PARA CHICO BUARQUE


Mar del Plata, 24 de janeiro de 1971
 

Chiquérrimo,
Dei uma apertada linda na sua letra, depois que você partiu, porque achei que valia a pena trabalhar mais um pouquinho sobre ela, sobre aqueles hiatos que havia, adicionando duas ou três idéias que tive. Mandei-a em carta a você, mas Toquinho, com a cara mais séria do mundo, me disse que Sérgio [Buarque de Hollanda] morava em Buri, 11, e lá se foi a carta para Buri, 11.
Mas, como você me disse no telefone que não tinha recebido, estou mandando outra para ver se você concorda com as modificações feitas.
Claro que a letra é sua, e eu nada mais fiz que dar uma aparafusada geral. Às vezes o cara de fora vê melhor essas coisas.
 

 Enfim, porra, aí vai ela. Dei-lhe o nome de “Valsa hippie”, porque parece-me que tua letra tem esse elemento hippie que dá um encanto todo moderno à valsa, brasileira e antígona. Que é que você acha? O pessoal aqui, no princípio, estranhou um pouco, mas depois se amarrou na idéia. Escreva logo, dizendo o que você achou.  

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito mais quente do que comumente costumava olhar
E não falou mal da poesia como mania sua de falar
E nem deixou-a só num canto; pra seu grande espanto disse:
vamos nos amar…
Aí ela se recordou do tempo em que saíam para namorar
E pôs seu vestido dourado cheirando a guardado de tanto
esperar
Depois os dois deram-se os braços como a gente antiga
costumava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a
bailar…
E logo toda a vizinhança ao som daquela dança foi e despertou
E veio para a praça escura, e muita gente jura que se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não
se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu em paz.
 

 

DE CHICO BUARQUE PARA VINÍCIUS DE MORAES

 

Caro poeta,
Recebi as duas cartas e fiquei meio embananado. É que eu já estava cantando aquela letra, com hiato e tudo, gostando e me acostumando a ela. Também porque, como você já sabe, o público tem recebido a valsinha com o maior entusiasmo, pedindo bis e tudo. Sem exagero, ela é o ponto alto do show, junto com o “Apesar de você”. Então dá um certo medo de mudar demais. Enfim, a música é sua e a discussão continua aberta. Vou tentar defender, por pontos, a minha opinião. Estude o meu caso, exponha-o a Toquinho e Gesse, e se não gostar foda-se, ou fodo-me eu.
“Valsa hippie” é um título forte. É bonito, mas pode parecer forçação de barra, com tudo que há de hippie por aí. “Valsa hippie” ligado à filosofia hippie como você a ligou, é um título perfeito. Mas hippie, para o grande público, já deixou de ser filosofia para ser a moda pra frente de se usar roupa e cabelo. Aí já não tem nada a ver. Pela mesma razão eu prefiro que o nosso personagem xingue ou, mais delicado, maldiga a vida, em vez de falar mal da poesia. A sua solução é mais bonita e completa, mas eu acho que ela diminui o efeito do que se segue. Esse homem da primeira estrofe é o anti-hippy. Acho mesmo que ele nunca soube o que é poesia. É bancário e está com o saco cheio e está sempre mandando sua mulher à merda. Quer dizer, neste dia ele chegou diferente, não maldisse (ou “xingou” mesmo) a vida tanto e convidou-a pra rodar.
“Convidou-a pra rodar” eu gosto muito, poeta, deixa ficar. Rodar que é dar um passeio e é dançar. Depois eu acho que, se ele já for convidando a coitada para amar, perde-se o suspense do vestido no armário e a tesão da trepada final. “Pra seu grande espanto”, você tem razão, é melhor que “para seu espanto”. Só que eu esqueci que ia por itens.
Vamos lá:
 

Apesar do Orestes (vestido de dourado é lindo), eu gosto muito do som do vestido decotado. É gostoso de cantar vestido decotado. E para ficar dourado, o vestido fica com o acento tendendo para a primeira sílaba. Não chega a ser um acento, mas é quase. Esse verso é, aliás, o que mais agrada, em geral. E eu também gosto do decotado ligado ao “ousar” que ela não queria por causa do marido chato e quadrado. Escuta, ô poeta, não leva a mal a minha impertinência, mas você precisava estar aqui para ver como a turma gosta, e o jeito dela gostar dessa valsa, assim à primeira vista. É por isso que estou puxando a sardinha mais para o lado da minha letra, que é mais simplória, do que pelas suas modificações que, enriquecendo os versos, talvez dificultem um pouco a compreensão imediata. E essa valsinha tem um apelo popular que nós não suspeitávamos.  

Ainda baseado no argumento acima, prefiro o “abraçar” ao “bailar”. Em suma, eu não mexeria na segunda estrofe.  

A terceira é a que mais me preocupa. Você está certo quanto ao “o mundo” em vez de “a gente”. Ah, voltando à estrofe anterior, gostei do último versos onde você diz “e cheios de ternura e graça” em vez de “e foram-se cheios de graça”. Agora, estou pensando em retomar uma idéia anterior, quando eu pensava em colocá-los em estado de graça. Aproveitando a sua ternura, poderíamos fazer “Em estado de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar”. Só tem o probleminha da junção “em-estado”, o “em-e” numa sílaba só. Que é o mesmo problema do “começaram-a”. Mas você mesmo disse que o probleminha desaparece dependendo da maneira de se cantar. E eu tenho cantado “começaram a se abraçar” sem maiores danos. Enfim, veja aí o que você acha de tudo isso, desculpe a encheção de saco e responda urgente.  

Há um outro problema: o pessoal do MPB-4 está querendo gravar essa valsa na marra. Eu disse que depende de sua autorização e eles estão aqui esperando.
Eu também gostaria de gravar, se o senhor me permitisse, por que deu bolo com o “Apesar de você”, tenho sido perturbado e o disco deixou de ser prensado. Mas deu para tirar um sarro. É claro que não vendeu tanto quanto a “Tonga”, mas a “Banda” vendeu mais que o disco do Toquinho solando “Primavera”. Dê um abraço na Gesse, um beijo no Toquinho e peça à Silvana para mandar notícias sobre shows etc. Vou escrever a letra como me parece melhor. Veja aí e, se for o caso, enfie-a no ralo da banheira ou noutro buraco que você tiver à mão.
 

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre costumava
olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre
falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-
a pra rodar
 

Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se
usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a
se abraçar
 

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade enfim se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu

Em paz











 

 

 

 

 

 

Ps- Eu não tenho dúvidas.

Ps2- E eu tenho (me) achado (em) tantos achados, às vezes me acho até um Achado…

h1

junho 26, 2009

..

.

M de Música

.

.

.20576

.

.

.

.

h1

junho 26, 2009

.

.

h1

junho 25, 2009

..

.

.

Não perguntem pelo meu poema:
Nada sei do coração do pássaro
Que a música inflama.

Não queiram entender minhas palavras:
Não me dissequem, não segurem entre vidros
Essas canções, essas asas, essa névoa.
Não queiram me prender como a um inseto
No alfinete da interpretação:
Se não podem amar o meu poema, deixem
Que seja somente um poema.

(Nem eu ouso erguê-lo entre meus dedos e perturbar a sua liberdade).

.

.

.

.

.

 

lya luft

.

.

( prá você  a-mor)

h1

junho 25, 2009

..

.

.

.

Existem uns amores que já morreram há muito tempo mas de vez em quando aparecem, como uma assombração…
… Às vezes esses amores nem se mostram inteiros. Surge uma boca, um seio, uma pele, um andar, uma risada. Quando se presta atenção, a figura desaparece: era assombração. O fantasma antigo pode aparecer de repente no meio de uma leitura, ao escovarmos os dentes, e até na hora do amor. A gente pode estar conversando, discutindo um negócio, um filme, uma jogada, e se intromete aquele olhar. Pode estar dirigindo um carro e a mão que repousa hoje na nossa perna tem o mesmo peso de alguma do passado e aí vem o fantasma sem-que-fazer e puxa conversa…
… Nem se pode dizer que são visitas malfazejas. Pelo contrário, são cordiais! São borboletas: passam, enfeitam o instante com algumas cores, voejam e partem. Se deixam alguma coisa, é o sorriso na alma do visitado”.
.

.

.

.

.

.

.

.

.
Ivan Angelo

h1

junho 25, 2009

,

777

 

.

h1

junho 25, 2009

.

.

.

” de noite na cama eu fico pensando, se você me ama …”

.

.

.

.

h1

junho 24, 2009

..

.

.

.

Te proponho um amor incomum. Um amor de noites quentes, mesmo que frias. Um amor inspirado de poesia, fotografia e musica. Um amor de discussões violentas e pazes ardentes.
Te proponho vivamos mais dias de sol e noites enluaradas. Que escutemos o barulho do mar batendo na praia nas noites e acordemos cedo com os pássaros, só pra agradecer ao sol e voltar a dormir.Te proponho que assistamos mais filmes, leiamos mais livros e travemos mais debates “meio intelectuais, meio de esquerda”. Que comamos mais calorias e façamos mais esportes.
Te proponho o que der na telha.Te proponho que nos critiquemos sem piedade, e nos apoiemos em todos os momentos. Que tenhamos coragem de deixar de ser egoistas e medrosos. Te proponho viver com carinho. Te proponho viver como se fosse pra sempre, por que a gente corre o risco que seja. Mas nem por isso adiar nada. Te proponho que não nos arrependamos do que arriscamos até aqui, e se chegamos até aqui, que valha a pena o que está por vir. Te proponho que vivamos a vida, sabendo que ela acaba e nossa paralisia frente ao medo só nos tem feito perder o pouco tempo que resta.Te proponho vivamos com menos medo do futuro ou do fim, pra que se um dia ele chegar, tenhamos nos dado a chance de ser felizes e não fiquemos tristes por não ter vivido o que queriamos.
.

.

.

.

.

.

.

.

.

.
tati sister

h1

junho 24, 2009

..

.

.

.

Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva. No degrau de uma
escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o
dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro. Recolha a lágrima
a tempo, antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo. E quando
a ponta dos dedos estiverem úmidas, pegue as palavras que lhe fizeram
companhia e comece a lavar o escuro da noite, tanto, tanto, tanto… até que
amanheça.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

rita apoena

h1

junho 24, 2009

..

.

.

.

“Porque curiosamente, onde menos te encontro é onde tu exististe. Desprendeste-te donde estiveste e é em mim que mais me acontece tu estares. Mas nem sempre. Quantos dias se passam sem tu apareceres. E às vezes penso é bom que assim seja para eu aprender a estar só. Mas de outras vezes tu rompes-me pela vida dentro e eu quase sufoco da tua presença. Ouço-te dizer o meu nome e eu corro ao teu encontro e digo-te vai-te, vai-te embora. Por favor. E eu sinto-me logo tão infeliz. E digo-te não vás. Fica. Para sempre.”
.

.

.

.

.

.

.

.

.

vergilio ferreira

h1

junho 24, 2009

.

c1

 

 

.

h1

junho 24, 2009

.

.,

,

,

.

.

“ pula a fogueira iaiá, pula a fogueira ioiô. . .”

.

.

.

.

.

h1

junho 24, 2009

.

54u

.

h1

junho 23, 2009

.

..

.

.

.

.

.

.

Há algo invisível e encantado entre eu e você.

.

.

.

.

,