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não creio
em carma causa efeito
acaso destino
assim estava escrito
acredito
na brisa que passa
na brasa que bisa
na bossa nossa
no tom no tato
no tento
eu e tu: momento
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valeria tarelho
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de vez em quando
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chacal
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Outra noite insone. Levanto com meus olhos desajeitados e espio pela janela. O céu tem uma cor errônea, parece nem caber no que vejo. Algumas estrelinhas desmaiam no chão e decido guardar a lua entre meus cílios. Preciso levá-la comigo. Preciso que seja morada junto aos sonhos que escorrem por minhas pálpebras enquanto as mesmas se fecham. Às vezes, teimosas, tentam prender dentro em si uma estrela cadente que, inquieta, dança com seu rabicho e me faz virar luz mesmo sem querer.
Eu, hoje, faço muito tempo. Sou lembrança. Um tom sépia, um cheiro de história contada por alguém numa cadeira de balanço, enquanto um e outro olhar atento tenta decifrar as memórias do que é antiguidade. Talvez meu lado de dentro seja um relicário. Talvez alguém, um dia, diga que meus lábios sempre sopraram beijos. Meu coração só registra carinhos, e nunca dorme.
Há algum tempo caminho por aí sem relógios. Meu amor é conjugado no infinito. Minhas orações já não se subordinam. E nessas noites sem sentido, como a de hoje, eu só sei observar. Viro plateia de mim mesma. Vejo várias de mim, e me perco naquela que não sou. Se tocasse um samba, eu sorriria e cairia na roda, levantando o copo e sendo um sorriso. São coisas internas. Minhas maneiras de fazer folia. Eu ardo, e solto poesia com meus passos tortos. Fico invisível com um fechar de olhos. Em silêncio. Num sussurro.
Meu esconderijo é aqui. São as letras. É o excesso de movimento que me joga para o meu quarto, com essa parede verde que me ensina a enovelar a vida. É o ponto, a formação de palavras, a ausência de sentido no que escrevo. Apenas a necessidade de rabiscar o papel em branco. Preciso escorrer. Gosto do mal explicado. Nunca gostei dos parênteses. Me retiro e me coloco em aspas quando bem entendo.
Quando menor, era o céu desabar e eu rabiscar vários sóis de giz, na calçada. Eu resolvia o problema. O cinza ia embora e trazia arco-íris. Eu também sempre contei estrelas, apontando com o indicador, nunca levei a sério as superstições. E acho muito justo acreditar que meu nome e o dele dentro de um coração desenhado a lápis guarda o amor e cria uma redoma para todas as peculiaridades escondidas que a cumplicidade faz brotar.
Eu decidi apostar no mundo, então. Imperfeito. Mesmo que alguns dias sejam assim, tão carregados com esse gosto de domingo. Agora mesmo queria comer amoras que despencam doces de um canto cheio de sombra. É noite, mas tá fazendo sol. Meu rosto vira um jardim. Flores, flores, flores. A primavera sempre soube caber nas demais estações. Eu gosto de me apaixonar à tarde.
Não sei o que esperar. Espero tudo. Quero tudo. E vou. De mãos dadas com o que sinto, nunca soube me economizar. Vai ver, assim, eu acabe sendo possível.
Minha caneta é sempre azul.
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jaya magalhães viana
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não leve a sério tudo o que fizemos ontem mesmo que as marcas contem o tempo sabe esquecer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . charles silva.
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tudo no teu sorriso diz
que só te falta um pretexto
para seres feliz.
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mário cesariny
basta acreditar. feliz natal a todos.
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“imaginado, encantado, perdido. vem então e me leva para o lado de lá do oceano “.
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Caio Fernando Abreu
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Você já veio com contra indicação altos riscos de contaminação Não dei bola, joguei a bula fora Quem mandou? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . alice ruiz.
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Procuro um amigo sozinho de andar discreto e gesto silencioso. Procuro desesperadamente um amigo que saiba se aproximar de um passarinho.
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rita apoena
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meus sonhos
matei a sangue frio
aprisionei-os
cortei asas
estrangulei seus anseios
— um a um, sacrifiquei —
e para ter certeza que morreram
atirei-lhes pesadelos
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valeria tarelho
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Já não entendo mais por que ainda sussurro Chopin aos teus ouvidos tão surdos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . andré luiz.
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Um mais um será sempre igual a dois. Um menos um, zero. A morte é matemática. A vida, não. A vida é delicada e inexata. É pra quem sabe brincar de poesia.
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cris guerra
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Esse papel não serve, Senhor Visconde.
Quero papel cor do céu com todas
as suas estrelinhas.
Também a tinta não serve.
Quero tinta cor do mar com todos os seus
peixinhos.
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emília
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” a liberdade ofende.“ . . . . . . . . . . . . . . . . . . .; . ; . . . ..
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